17 junho, 2013

MENSAGEM DE SEXTA FEIRA




caros irmãos
 
É com grande satisfação que estou aqui para transmitir algumas palavras : Sedes como Jesus ensinai
 
Amai ao próximo como a si mesmo!
 
O próximo é sempre aquele que estamos em contato neste momento.
 
É muito dificil se colocar no lugar do próximo.
 
Muitas vezes, no dia-a-dia não pensamos desta forma, somente nos preocupamos com nossas necessidades e nossos anseios.
 
A felicidade esta em entender-mos e aceitar-mos cada momento, cada fase e aprender que tudo faz parte da nossa evolução! Precisamos abrir mais a nossas mente e perceber que todos realmente são importantes e não somente aqueles que julgamos ou temos mais afinidades.
 
Entendam que o caminho é aceitar e trabalhar para a evolução de todos, inclusive aquelas pessoas que julgamos sem condições de encontrar o caminho. Talvez estas são as que mais precisam de nossa ajuda.
 
Fiquem todos com a paz de Jesus.
 
João de Arruda
 
 
Att,
 
Gerson

09 junho, 2013

PALESTRA - ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL - LILIAN - 05.06.2013 ÁS 20H30M


DALAI LAMA

CONHECIMENTO E COMPAIXÃO

A mente humana é simultaneamente a fonte e, se orientada de forma apropriada, a solução de todos os nossos problemas. Os que adquirem grande erudição mas não têm bom coração correm o risco de serem atormentados por ansiedades e inquietações que resultam de desejos que não podem ser realizados. Inversamente, a compreensão genuína dos valores espirituais tem o efeito oposto. Quando educamos nossas crianças para adquirirem conhecimentos sem compaixão, é muito provável que sua atitude para com os outros venha a ser uma combinação de inveja daqueles que ocupam posições superiores às suas, competitividade agressiva para com seus pares e desdém pelos menos afortunados, o que leva a uma propensão para a ganância, para a presunção, para os excessos e, muito rapidamente, à perda da felicidade. Conhecimento é importante. Muito mais, porém, é o uso que lhe damos. 


Isso depende do coração e da mente de quem o usa.

Educação é muito mais do que transmitir conhecimentos e habilidades por meio dos quais se atingem objetivos limitados. E também abrir os olhos das crianças para as necessidades e direitos dos outros. Precisamos mostrar às crianças que suas ações têm uma dimensão universal. E precisamos encontrar uma forma de estimular seus sentimentos naturais de empatia para que venham a ter uma noção de responsabilidade em relação aos outros. Pois é isso o que nos motiva a agir. Se tivéssemos de escolher entre conhecimento e virtude, a última seria sem dúvida a melhor escolha, pois é mais valiosa. O bom coração que é fruto da virtude é por si só um grande benefício para a humanidade. O mero conhecimento, não.



Como, porém, ensinar princípios morais às nossas crianças? Tenho a impressão de que, em geral, os sistemas educacionais modernos negligenciam a discussão de questões éticas. Isso provavelmente não é intencional, mas um subproduto da realidade histórica. Os sistemas educacionais seculares foram desenvolvidos numa época em que as instituições religiosas ainda exerciam grande influencia em toda a sociedade. Como os valores éticos e humanos eram então e ainda são vistos como pertencentes à esfera da religião, presumiu-se que esse aspecto da educação infantil seria atendido durante a sua formação religiosa. E isso funcionou bastante bem até a influência da religião começar a declinar. Embora ainda exista, a necessidade não está sendo atendida. Portanto, temos de encontrar outra forma de mostrar às crianças que os valores humanos fundamentais são importantes. E também ajudá-las a desenvolver esses valores.


É claro que, em última análise, não se aprende a importância da consideração pelos outros através de palavra mas através de ações: do exemplo que se dá. Por essa razão, o ambiente familiar é um componente fundamental na educação de uma criança. Quando não há uma atmosfera afetuosa em casa, quando os filhos sofrem com descaso dos pais, é fácil reconhecer os prejuízos. As crianças sentem-se indefesas e inseguras e apresentam sintomas de mente agitada. Ao contrário, quando recebem afeição e proteção constantes, mostram-se muito mais felizes e confiantes em suas aptidões. Sua saúde física também costuma ser melhor. 


E nota-se que se preocupam não apenas consigo mesmas mas também com os outros. O ambiente familiar é também importante porque as crianças aprendem com os pais a incorporar um comportamento negativo. Se, por exemplo, o pai está sempre brigando com as pessoas com quem trabalha, se pai e mãe estão sempre discutindo de maneira agressiva, a princípio a criança pode até não gostar, mas acaba considerando aquilo normal. Este aprendizado é em seguida levado de casa para o mundo externo.

Também não é preciso dizer que aquilo que as crianças aprendem sobre conduta ética na escola deve antes de tudo ser praticado. Quanto a isso, os professores têm uma responsabilidade especial. Seu próprio comportamento pode fazer as crianças lembrarem-se deles pelo resto da vida. Se esse comportamento é íntegro, disciplinado e bondoso, seus valores ficarão gravados na mente das crianças, com repercussões em seu comportamento. Porque as lições ensinadas por um professor com uma motivação positiva (kun long), cujas palavras correspondem ao seu modo de agir, penetram mais fundo na mente do aluno. Sei disso por experiência própria. Quando menino, era muito preguiçoso. Mas se percebia afeição e dedicação em meus mestres, suas lições geralmente calavam mais fundo e com muito mais sucesso do que nos dias em que algum deles demonstrava aspereza ou insensibilidade.
No que se refere aos aspectos específicos da educação, deixo a questão para os especialistas. Vou limitar-me, portanto, a algumas poucas sugestões. A primeira é que, se quisermos despertar a consciência dos jovens para a importância dos valores humanos fundamentais, é melhor não apresentar os problemas da sociedade atual como uma questão meramente ética ou religiosa. 

É importante destacar que o que está em jogo é a manutenção de nossa sobrevivência. Dessa forma, passarão a sentir que o futuro está em suas mãos. Em segundo lugar, acredito que o diálogo pode e deve ser ensinado em sala de aula. Apresentar aos alunos um assunto controvertido e estimular o debate entre eles é uma excelente maneira de introduzi-los ao conceito de resolução não-violenta de conflitos. Na realidade, seria muito bom se as escolas fizessem desse tipo de diálogo uma prioridade, pois isso traria benefícios para a própria vida familiar. Ao ver os pais brigando, uma criança que compreendesse o valor do diálogo diria instintivamente: "Não, não é assim que se faz, vocês têm que conversar, discutir as coisas da maneira certa." 



Finalmente, é imprescindível eliminar dos nossos currículos escolares qualquer tendência para apresentar os outros sob uma ótica negativa, Existem alguns lugares do mundo em que o ensino de História, por exemplo, promove o fanatismo e o racismo contra outras comunidades. O que está errado, Não contribui em nada para o bem da humanidade, Hoje, mais do que nunca, precisamos mostrar às nossas crianças que as distinções entre "meu país" e "seu país", "minha religião" e "sua religião" são secundárias. Antes de tudo, precisamos afirmar com insistência que meu direito à felicidade não tem mais peso do que o direito do outro. O que não significa que as crianças devam abandonar ou ignorar a cultura e a tradição histórica do lugar em que nasceram. Pelo contrário, é muito importante que sejam instruídas nesses fundamentos para que aprendam a amar seu país, sua religião e sua cultura. O perigo é quando isso evolui para um nacionalismo estreito, para o etnocentrismo e para a intolerância religiosa. O exemplo do Mahatma Gandhi é pertinente aqui. Mesmo tendo recebido uma educação ocidental de alto nível, nunca esqueceu ou se afastou da rica herança de sua cultura indiana.



Se a educação é uma de nossas armas mais poderosas na campanha para um mundo melhor e mais pacífico, os meios de comunicação de massa - a mídia - são outra. 

Todos os personagens políticos sabem que hoje não são mais os únicos com autoridade na sociedade. Além da influência dos jornais e livros, o rádio, o cinema e a televisão juntos exercem sobre as pessoas uma influência que seria inimaginável há cem anos. Este enorme poder confere grande responsabilidade a todos os que trabalham no setor. Mas também confere grande responsabilidade a cada um de nós que, como indivíduos, escutamos, lemos e assistimos. Nós também temos um papel a desempenhar. Não somos impotentes diante da mídia. Afinal de contas, os botões de controle ficam em nossas mãos. 
Não estou defendendo aqui noticiários contidos ou distrações insípidas. Ao contrário, no que se refere ao jornalismo investigativo, respeito e aprecio a intervenção da mídia. Nem todos os funcionários dos governos são honestos ao cumprir os seus deveres. É muito conveniente, portanto, que existam jornalistas com narizes tão compridos quanto trombas de elefante bisbilhotando tudo e revelando as transgressões que encontrarem. Precisamos saber quando e como essa ou aquela pessoa famosa esconde um aspecto desconhecido por trás de uma aparência agradável. Não deve haver discrepância entre a aparência externa e a vida interior de uma pessoa. É a mesma pessoa, afinal. As discrepâncias insinuam que não são confiáveis. Ao mesmo tempo, é crucial que os motivos de quem investiga sejam dignos. 


O máximo possível de imparcialidade e o respeito pelos direitos do outro são indispensáveis para não desvirtuar a investigação.

Com relação ao destaque dado pelos meios de comunicação ao sexo e à violência, há muitos fatores a considerar. Em primeiro lugar, é evidente que grande parte do público gosta das sensações provocadas por esse tipo de tema. Em segundo, duvido muito que os que produzem todo esse material contendo muito sexo explícito e violência tenham a intenção de prejudicar. Seus motivos são com certeza apenas comerciais. Se isso é positivo ou negativo importa menos na minha opinião do que se tem ou não conseqüências éticas saudáveis. Se assistir a um filme violento desperta o sentimento de compaixão em quem o assiste, talvez aquela representação da violência se justifique. Se o acúmulo de imagens violentas acaba levando à indiferença ante o sofrimento, porém, acho que não é recomendável. Endurecer o coração assim é potencialmente perigoso. Leva facilmente à falta de empatia.
Quando os meios de comunicação se concentram demasiado nos aspectos negativos da natureza humana, há o perigo de nos persuadirem que a violência e a agressividade são as principais características do homem. Creio que essa conclusão é um equívoco. O fato de a violência ter tanto valor como notícia sugere exatamente o oposto. As notícias positivas não chamam tanto a atenção porque há um excesso de notícias positivas. Num determinado momento deve haver seguramente milhões de atos de bondade acontecendo no mundo inteiro. Há sem dúvida muitos atos de violência sendo cometidos ao mesmo tempo, mas em número muito menor. Em conseqüência, se a mídia quiser ser eticamente responsável, deve refletir sobre este simples fato É claramente necessário que os meios de comunicação sejam regulamentados. O fato de impedirmos nossas crianças de assistirem a certas coisas indica que já fazemos distinção entre o que é e o que não é apropriado de acordo com diferentes circunstâncias. Entretanto, é difícil saber se a legislação é o melhor caminho para resolver este problema. Em todas as questões de ética, a disciplina só realmente eficaz quando vem de dentro. 


Talvez a melhor maneira de nos assegurarmos de que aquilo que os meio de comunicação produzem é saudável esteja na maneira como educamos nossas crianças. Se forem educadas para serem conscientes de suas responsabilidades, serão mais disciplinadas em seu contato com a mídia.


Talvez seja esperar demais que os meios de comunicação promovam os ideais e princípios da compaixão, mas ao menos podemos desejar que os profissionais desta área tenham cuidado quando houver potencial para impacto negativos. Que não haja lugar para o estímulo a atos negativos como os de violência racial. Além disso não sei dizer. Talvez pudéssemos encontrar uma forma de ligar mais diretamente os que criam histórias para o setor de entretenimento e notícias com o espectador, o leitor ou o ouvinte.



DALAI LAMA